# 100 - O burguês fidalgo

 
 "O tempo presente e o tempo passado 
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro 
E o tempo futuro contido no tempo passado. 
Se todo o tempo é eternamente presente 
Todo o tempo é irredimível. 
O que poderia ter sido é uma abstração 
Que fica uma possibilidade perpétua 
Somente num mundo de especulação. 
O que poderia ter sido e o que foi 
Apontam para um só fim, sempre presente. 
 Sons de passos ecoam na memória, 
Descem o caminho que nós não seguimos 
 Em direção à porta por nós nunca aberta 
 Para o jardim de rosas. As minhas palavras ecoam 
Assim, no teu espírito. 
                                    Mas com que propósito 
 Perturbam o pó numa taça de folhas de rosa
Não sei. 
                 Outros ecos 
Habitam o jardim. 
Vamos seguir?"
Fragmentos de «uma autobiogradia sem factos». De Bernardo Soares. Mas também de outros.
Dia sim, dia não. Dia sim, dia sim. Dia não, dia não. Quando eu quiser.
Este é o momento para o cigarro que não fumo.
Inspirar [fundo], expirar [calmamente].
Ouvir, em vez dos pássaros, o som ordenado das pautas escritas com os punhos dos Homens.
Qualquer relação entre texto e música poderá ser mera coincidência (ou não).




Disclaimer 1: Este espaço serve ao autor para uma "releitura" de trechos de textos literários ao som de peças musicais, numa conexão que poderá parecer não ter sentido para o leitor. Uma explicação poderá ser encontrada após o contacto com o animador do blog. Ou não.

Disclaimer 2: Os textos, registos sonoros e audiovisuais aqui utilizados pertencem exclusivamente aos seus autores originais.

Disclaimer 3: A imagem que ilustra o topo desta página pertence ao magnífico trabalho de Manuel Casimiro.