# 94 - O vírus Pedro & Inês e a "arte" de governar



REI: Ninguém menos é rei, que quem tem reino. Ah, que não é isto estado, é cativeiro,de muitos desejado, mas mal crido,uma servidão pomposa, um grã trabalhoescondido sob nome de descanso.Aquele é rei somente que assi vive(inda que cá seu nome nunca s’ouça)que de medo, e desejo, e d’esperançalivre passa seus dias. Ó bons dias,com que eu todos meus anos tão cansadostrocara alegremente! Temo os homens,com outros dissimulo; outros não possocastigar, ou não ouso. Um rei não ousa.Também teme seu povo, também sofre.Também suspira, e geme, e dissimula.Não sou rei, sou cativo: e tão cativocomo quem nunca tem vontade livre.
Fragmentos de «uma autobiogradia sem factos». De Bernardo Soares. Mas também de outros.
Dia sim, dia não. Dia sim, dia sim. Dia não, dia não. Quando eu quiser.
Este é o momento para o cigarro que não fumo.
Inspirar [fundo], expirar [calmamente].
Ouvir, em vez dos pássaros, o som ordenado das pautas escritas com os punhos dos Homens.
Qualquer relação entre texto e música poderá ser mera coincidência (ou não).




Disclaimer 1: Este espaço serve ao autor para uma "releitura" de trechos de textos literários ao som de peças musicais, numa conexão que poderá parecer não ter sentido para o leitor. Uma explicação poderá ser encontrada após o contacto com o animador do blog. Ou não.

Disclaimer 2: Os textos, registos sonoros e audiovisuais aqui utilizados pertencem exclusivamente aos seus autores originais.

Disclaimer 3: A imagem que ilustra o topo desta página pertence ao magnífico trabalho de Manuel Casimiro.