# 106 - O despertar da primavera

 

«Aos companheiros entretanto dava Euríloco um mau conselho:
'Ouvi as minhas palavras, vós que tanto sofrestes!
Para os pobres mortais todas as mortes são odiosas,
mas morrer à fome é o mais desgraçado dos destinos.
Sacrifiquemos as melhores vacas do Sol
aos deuses imortais, que o vasto céu detêm.
Se alguma vez regressarmos a Ítaca, a nossa terra pátria,
logo para Hiperíon, o Sol, construiremos um templo,
e lá deporemos muitas e valiosas oferendas.
Mas se o deus contra nós se encolerizar por causa das vacas
de chifres direitos e a nau quiser destruir, e se tal consentirem
os outros deuses, por mim prefiro morrer de um ttrago no mar,
do que definhar lentamente numa ilha deserta.'»

Fragmentos de «uma autobiogradia sem factos». De Bernardo Soares. Mas também de outros.
Dia sim, dia não. Dia sim, dia sim. Dia não, dia não. Quando eu quiser.
Este é o momento para o cigarro que não fumo.
Inspirar [fundo], expirar [calmamente].
Ouvir, em vez dos pássaros, o som ordenado das pautas escritas com os punhos dos Homens.
Qualquer relação entre texto e música poderá ser mera coincidência (ou não).




Disclaimer 1: Este espaço serve ao autor para uma "releitura" de trechos de textos literários ao som de peças musicais, numa conexão que poderá parecer não ter sentido para o leitor. Uma explicação poderá ser encontrada após o contacto com o animador do blog. Ou não.

Disclaimer 2: Os textos, registos sonoros e audiovisuais aqui utilizados pertencem exclusivamente aos seus autores originais.

Disclaimer 3: A imagem que ilustra o topo desta página pertence ao magnífico trabalho de Manuel Casimiro.