Ei-lo: tardiamente chegado dos subúrbios
ao coração de tudo, ao centro das coisas,
pária das fábricas e da hulha,
da sua modesta infância
e do seu agregado proletário
arrastado por uma visão tardia,
pelo sorriso familiar da calçada,
não deixando de ser estranho
entre os párias urbanos
como um solipsismo,
como uma velha cabine telefónica
icónica mas não menos divergente
entre a gente.
Ele anseia por um lar
deixadas que foram várias casas bombardeadas
e a sirene infernal de alerta máximo
zumbindo nos corpos calcinados
dos lentos catres
onde as plúmbeas contorções
dos corpos são cubistas e cubistas
os catres sobre eles.
Ele está muito a tempo de alguma coisa
embora as pernas lhe vacilem,
apenas passou de além
para aqui com um fito
indeterminado, um modo de fazer sentido
sem a senha do passado necessário,
sem a cicatriz social,
sem um alinhavo de perfídia.
Este é um passageiro frequente dos faux-pas.
Uma prostituta faria os seus avanços
com mais segurança.
Poema de Daniel Jonas.