# 11 - A esperança é uma merda









«Mas demasiado tarde agora, à beira desta jangada de náufragos que o vento da realidade ia arrebatar. No meio dos escombros, as malas já fechadas, os caixotes atados com cordas, uma torrente de objectos flutuando ao sabor incoerente dos acontecimentos, no caos das notícias falsas, dos comunicados fabricados, dos artigos de propaganda, do ódio ao estrangeiro, da desconfiança dos espiões, dos comentários reles, da fome e do vazio, da falta de amor e de orgulho.»
Fragmentos de «uma autobiogradia sem factos». De Bernardo Soares. Mas também de outros.
Dia sim, dia não. Dia sim, dia sim. Dia não, dia não. Quando eu quiser.
Este é o momento para o cigarro que não fumo.
Inspirar [fundo], expirar [calmamente].
Ouvir, em vez dos pássaros, o som ordenado das pautas escritas com os punhos dos Homens.
Qualquer relação entre texto e música poderá ser mera coincidência (ou não).




Disclaimer 1: Este espaço serve ao autor para uma "releitura" de trechos de textos literários ao som de peças musicais, numa conexão que poderá parecer não ter sentido para o leitor. Uma explicação poderá ser encontrada após o contacto com o animador do blog. Ou não.

Disclaimer 2: Os textos, registos sonoros e audiovisuais aqui utilizados pertencem exclusivamente aos seus autores originais.

Disclaimer 3: A imagem que ilustra o topo desta página pertence ao magnífico trabalho de Manuel Casimiro.