"No tocante à agro-pecuária, há uma história de três linhas que já se tornou um clássico. É essa em que à pergunta «De onde vem o leite?» muitas crianças respondem, sem titubear: «Do supermercado.». Noutras versões, a resposta é «Do pacote» (nos casos em que as crianças demonstram miopia precoce, hoje corrente), «Da Internet» (quando os pais recorrem às compras electrónicas) ou até «Da avó» (se for a avó a levar o leite para casa).
Mas esta questão, já com alguma longevidade, mormente nas metrópoles mais desenvolvidas, está a preocupar muitíssimas pessoas, em particular educadores de infância, certos pais (e até mães) e, nalguns casos, engenheiros de empresas leiteiras ou de fábricas de pacotes. E o diversificado conjunto de pessoas que com isto se preocupa decidiu tomar iniciativas, para enfrentar um problema civilizacional que ultrapassa as fronteiras de vários continentes, correndo o risco de alastrar aos restantes e às estações orbitrais.
(...)
consiste em montar quintas de pequena dimensão nos arrabaldes (ou periferias) das grandes cidades onde ainda haja alguns terrenos provisoriamente não destinados de imediato à construção de prédios, designados «espaços baldios» (ou mais propriamente stand-by barrens). Nesses terrenos, a referida fundação, cujo nome contamos conhecer em breve, vai instalar estábulos chamados «vacarias», onde ficarão à disposição grupos de vacas leiteiras pedagógicas, bem como equipas de pessoas chamadas «ordenhadoras», as quais, além de darem comida aos animais e limparem as respectivas «camas» (nome técnico), têm a missão de as «ordenhar» (idem), em conformidade com um organigrama destinado a receber grupos de crianças de creches e escolas que para ali deverão ser deslocados, quer queiram ou não queiram. Uma vez posto de pé esse complexo sistema, o restante programa deverá tornar-se bastante praticável: as crianças, em molhinhos cujo número ainda não foi superiormente decidido, são transportadas até aos estábulos, sentadas em banquinhos em redor de cada uma das vacas e, depois de silenciadas, sujeitas a uma aula, para aprenderem o novo paradigma segundo o qual «o leite vem da vaca», alterando-se assim prodigiosamente o conhecimento que até então possuíam. Alguns proeminentes pedagogos já tiveram oportunidade de declarar em diversos suportes que se trata de uma «verdadeira revolução nos níveis contemporâneos de conhecimento nivelado»."
Mas esta questão, já com alguma longevidade, mormente nas metrópoles mais desenvolvidas, está a preocupar muitíssimas pessoas, em particular educadores de infância, certos pais (e até mães) e, nalguns casos, engenheiros de empresas leiteiras ou de fábricas de pacotes. E o diversificado conjunto de pessoas que com isto se preocupa decidiu tomar iniciativas, para enfrentar um problema civilizacional que ultrapassa as fronteiras de vários continentes, correndo o risco de alastrar aos restantes e às estações orbitrais.
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consiste em montar quintas de pequena dimensão nos arrabaldes (ou periferias) das grandes cidades onde ainda haja alguns terrenos provisoriamente não destinados de imediato à construção de prédios, designados «espaços baldios» (ou mais propriamente stand-by barrens). Nesses terrenos, a referida fundação, cujo nome contamos conhecer em breve, vai instalar estábulos chamados «vacarias», onde ficarão à disposição grupos de vacas leiteiras pedagógicas, bem como equipas de pessoas chamadas «ordenhadoras», as quais, além de darem comida aos animais e limparem as respectivas «camas» (nome técnico), têm a missão de as «ordenhar» (idem), em conformidade com um organigrama destinado a receber grupos de crianças de creches e escolas que para ali deverão ser deslocados, quer queiram ou não queiram. Uma vez posto de pé esse complexo sistema, o restante programa deverá tornar-se bastante praticável: as crianças, em molhinhos cujo número ainda não foi superiormente decidido, são transportadas até aos estábulos, sentadas em banquinhos em redor de cada uma das vacas e, depois de silenciadas, sujeitas a uma aula, para aprenderem o novo paradigma segundo o qual «o leite vem da vaca», alterando-se assim prodigiosamente o conhecimento que até então possuíam. Alguns proeminentes pedagogos já tiveram oportunidade de declarar em diversos suportes que se trata de uma «verdadeira revolução nos níveis contemporâneos de conhecimento nivelado»."